Richard Prince

Richard Prince

Tuesday, June 19, 2007

1º post...

4 comments:

AQF said...

Paula, parabéns pela criação do blog.
Tenho a certeza de que será uma excelente oportunidade para a divulgação e partilha de informações e saberes sobre arte contemporânea.
Estarei, sempre, disponível. Com amizade,
AQF

AQF said...

Paula, parabéns pela criação do blog.
Tenho a certeza de que será uma excelente oportunidade para a divulgação e partilha de informações e saberes sobre arte contemporânea.
Estarei, sempre, disponível. Com amizade,
AQF

Unknown said...

Muitos Parabéns por mais uma iniciativa!!!! Continua cheia de energia e força para a realização de todos os projectos. De mim, já sabes...estou por aqui, sempre que precisares!!

angelina said...

Muitos parabéns pelo blog.Fiquei a saber como foi organizado o evento da Serra D'Arga o qual gostei imenso.Espero que o bom trabalho continue.

Entrevista

Entrevista a Delfim Sardo – Crítico de Arte e Comissário de Exposições

Delfim Sardo, um dos nomes mais fortes no panorama da Arte em Portugal, licenciado em Filosofia pela Universidade de Aveiro, docente na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, na Universidade Lusófona e na Universidade Católica do Porto. Colabora como ensaísta de arte, para publicações sobre arte e arquitectura, em Portugal e no estrangeiro.

Há dezassete anos que se dedica à curadoria de Arte Contemporânea, tendo sido durante dois anos Director do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém e consultor da Fundação Calouste Gulbenkian durante seis anos. Em 1999 foi o comissário português na 48ª Bienal de Veneza – com Jorge Molder - Exposição Nox.

O Projecto Mnemosyne – Encontros de Fotografia de Coimbra 2000, a Exposição Work in Progress, de Fernando Calhau e a Exposição de Julião Sarmento, no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, são exemplos de projectos realizados. Foi no âmbito da Exposição Edit – da Elipse Foundation, apresentada no CAV de Coimbra, que entrevistei o Comissário Delfim Sardo.

1.Tendo uma vasta carreira ao nível de comissariar exposições, qual a sua opinião ao nível de organização e respectiva divulgação dos artistas em Portugal?

A pergunta é muito vasta para poder ter uma opinião em poucas linhas. Parece-me que, ao longo dos últimos anos, a situação mudou muito, nem sempre no mesmo nem no melhor sentido. Em primeiro lugar, este período de dez anos corresponde a uma progressiva profissionalização das carreiras artísticas, quer pelo surgimento de novos projectos galerísticos, quer pela solidificação do aparecimento de profissionais independentes no campo da curadoria, quer porque o investimento privado e público conheceu um crescimento significativo. A nível dos apoios públicos, foi muito importante o aparecimento do Instituto de Arte Contemporânea em 1996 que contribuiu decisivamente para o relançamento das representações portuguesas em Bienais Internacionais. No entanto, depois de um período de solidificação, o projecto foi interrompido e tornado uma mera gestão administrativa, tendo ultimamente sido absolutamente estrangulado pela passagem a direcção geral. Também a Fundação Gulbenkian que, durante a década de 90 encontrou formas de uma maior proximidade em relação à comunidade artística, tendo ensaiado projectos de apoio a residências de artistas portugueses no estrangeiro, veio agora a retrair a sua relação com o meio artístico. Com um panorama museológico insipiente (se exceptuarmos Serralves que, no entanto, não tem conseguido contribuir para a promoção dos artistas portugueses), falta em Portugal uma rede de instituições de média dimensão fora de Lisboa e do Porto que possam contribuir para configurar um cenário profissional eficaz. Claro que esta ausência é consentânea com uma grande desatenção dos poderes públicos, nomeadamente os autárquicos, à necessidade de dotar estruturas locais de meios profissionais, quer orçamentais, quer em termos de equipas, para poder desenvolver projectos focados e consistentes. Existe também uma grave lacuna na formação de massa crítica, para a qual é fundamental o surgimento de um universo editorial competente, o que não é o caso no nosso país. Por fim, embora se encontrem alguns embriões de projectos de coleccionismo privado, a maior parte das aquisições não consubstanciam um coleccionismo atento e informado – sendo evidente que, ao nível corporativo, como ao nível do coleccionismo público, o ambiente é ainda destruturado e pobre, com as excepções que a imprensa tem vindo a noticiar. Em suma, à divulgação da obra dos artistas portugueses falta determinação política, massa crítica e investimento criterioso.

2. Relativamente à exposição “Edit!” – Elipse Foudation – Coimbra e tendo sido o comissário da mesma, pode explicar-me o seguinte:

2.1 Em que áreas se envolveu?

Esta é uma exposição muito específica, na medida em que se trata de fazer escolhas (espero que com sentido) dentro do universo de um espólio amplo, mas muito recente. Colocada esta reserva, envolvi-me, como me é habitual, em todas: seleccionei as obras, escrevi no catálogo (embora os textos sobre os artistas sejam da minha assistente Luísa Especial), desenhei a exposição, supervisionei a produção executiva do projecto, acompanhei de perto o design gráfico do catálogo, acompanhei a montagem. Só não me envolvi na comunicação e na publicidade.

2.1.1. Como idealiza o layout da Exposição?

Depende de cada caso específico.

Se a exposição é muito grande e/ou em espaços que não conheço bem, para além de trabalhar com plantas, cortes e alçados do espaço, uso fotografias e, frequentemente, também uma maquete do espaço expositivo. Por vezes o uso da maquete não implica a utilização de reproduções à escala das obras - basta a presença física da maquete. Outras vezes é necessário fazer modelos à escala das peças a expor. Há casos em que convido arquitectos para trabalharem comigo, quando há alterações profundas no espaço expositivo. Aquando da montagem há sempre ajustes e mesmo mudanças profundas. As obras no espaço pedem correcções à planificação da montagem.

2.1.2. Como supervisiona a produção executiva?

A produção executiva é a peça central do sucesso de uma exposição – é preciso ser célere, rigorosa e responder rapidamente. Faço reunião de equipa semanais durante a pré-produção e, no caso de projectos grandes, fazemos uma reunião de equipa de manhã e um balanço com o coordenador à noite diariamente durante o período de produção.

2.1.3 E relativamente à Montagem/ Desmontagem quer do primeiro quer do segundo momento?

A montagem/desmontagem, neste caso, foi organicamente coordenado pelo CAV e pela Elipse. Estou presente na montagem, acompanho todos os passos, mas confio nas equipas para a desmontagem

2.1.3.1 A subcontratação das equipas tem em vista a especificidade técnica dos profissionais ou não?

Sempre.

2.2 Quanto tempo levou a organizar todo o trabalho?

Dois meses.

2.3 Após a selecção das obras, acompanhou a montagem e desmontagem nos respectivos espaços?

Já respondi acima. Envolvi-me em todo o processo, mas essa é uma forma imprescindível, para mim, de pensar a curadoria: uma exposição é uma experiência espacial e, como tal, um curador deve desenhar e acompanhar a instalação das obras.

2.4 Como foi a sua envolvência a nível da concepção do catálogo? O processo foi todo direccionado por si ?

Foi. Desde a selecção do formato, até dialogar com o designer as fontes a usar, passando pela escolha do papel, a dimensão das imagens página a página – os erros também são responsabilidade minha.

2.6 A exposição “Edit!” está dividida em dois momentos, sendo que o segundo será no próximo dia 30.06.07. Há alguma razão particular para que tenha sido programada para dois momentos ? Porquê ?

Há. Eu queria esta selecção de obras e o espaço do CAV não permitia a sua apresentação num só momento. Foi necessário encontrar uma lógica de divisão das obras que foi, basicamente, a seguinte: uma primeira parte mais centrada sobre o espaço urbano e com a inclusão de obras históricas dos anos sessenta e uma segunda parte mais centrada sobre o corpo, com peças mais recentes.

3. Na sua opinião, há necessidade de existirem outros profissionais, como Relações Públicas / Marketing Cultural que possam em simultâneo divulgar e comunicar a exposição a nível dos media? Porquê?

Era muito importante que houvesse uma maior profissionalização das áreas de comunicação, publicidade e relações públicas para as artes visuais no nosso país.

3.1 Para si, como deverá ser o perfil de um profissional na área da Comunicação e das Relações Públicas?

Deve ter um bom conhecimento do meio artístico e dos parceiros envolvidos no projecto. Deve ter óptimas competências comunicacionais quer a nível pessoal, quer a nível de expressão escrita. Deve ter um excelente envolvimento com as equipas, sabendo que, no campo artístico, o envolvimento pessoal é parte integrante do modus operandi das organizações culturais.

3.2. Em Portugal, já existem profissionais conceituados nesta área?

Muito poucos, sobretudo se compararmos com a situação em Espanha, no Brasil, em Inglaterra ou nos E.U.A.

3.3. Será um profissão de futuro?

Tenho a certeza que sim. As organizações culturais só poderão estabelecer parcerias se comunicarem bem, se criarem vínculos com os seus parceiros.

Organização Arte na Leira


Em 2006 e 2007, a Associação Arte na Leira convidou-me, na qualidade de Relações Públicas, para organizar e coordenar a exposição que ocorre na Serra de Arga, há nove anos – idealizada e projectada pelo pintor Mário Rocha. Este projecto tem como objectivo dinamizar e dar a conhecer jovens Artistas convidando também Artistas conceituados. Leva a arte ao meio rural, permite uma aproximação entre a “ Criação” e a “Natureza” das coisas, estampada na transmutação do meio, bem perto do povo, com a alma pregada ao escarpado da serra, como quem bebe a inspiração do tempo, mesmo aquele que está para lá dos tempos.São vários os suportes apresentados: Pintura, Escultura, Desenho, Fotografia, Cerâmica, Vidro, Ourivesaria, Mobiliário e Moda.Para atingir os objectivos previamente propostos, são fundamentais as seguintes fases:

1 - Recepção das propostas (dossiers, catálogos, cds, fotografias)- anualmente novos artistas enviam ao pintor as suas propostas, sendo que a selecção das mesmas ocorre em Maio do ano em curso.Neste âmbito compete-me também convidar novos artistas, cabendo a decisão final de eleição, ao pintor.

2 - A angariação de patrocínios – sendo uma Associação sem fins lucrativos, torna-se crucial angariar apoios e patrocínios. Após envio de mailing (cartas e catálogos) para possíveis patrocinadores, o passo seguinte será o contacto telefónico para confirmação dos mesmos. Os patrocinadores serão identificados pelos logótipos no verso do convite e catálogo.

3 - Concepção do catálogo – é solicitado aos artistas fotos das obras e pessoal e CV, em suporte informático. Posteriormente, é enviada toda a informação recolhida para reenvio para empresa de design.

4 - Concepção do convite – é sempre concebido em dois suportes – digital e em papel. É enviado pelo menos com oito a dez dias de antecedência, da data da inauguração.

5 - Entrega das obras no local - os artistas são informados das datas com as indicações de acesso ao local onde estas deverão ser entregues. Também as formas de condicionamento e respectiva ficha de participação são requeridas e solicitada pela organização.

6 - Mailing – após a recepção dos convites por parte da organização, e face ao mailing constituído, são enviados, por correio, para os associados, os artistas, os patrocinadores e Imprensa (específica e generalista);

7 -A montagem da exposição - verifica-se no dia anterior à inauguração. Todas as obras são distribuidas por diferentes espaços tendo em linha conta o reconhecimento dos artistas. Sendo assim os novos artistas estão expostos num local distinto dos já mais conceituados. Também o suporte da obra cria um critério no local a ser exposto. Caso seja uma obra em cerâmica ou escultura (ex. ferro) será exposta no espaço exterior envolvente.

8 - Dia de Inauguração - as funções circunscritas ao papel da Relações Públicas são acrescidas pela responasbilidade na recepção dos convidados institucionais, entidades públicas, patrocinadores, parceiros, associados, artistas, convidados especiais e público em geral. Na realidade ...”las relaciones publicas se encargan de la función esencial de crear y mejorar las relaciones Humanas...ayundan a una organización y a sus públicos a adaptarse mutuamente el uno al otro”. Consiste en ponerse en la piel de la organización, conocer bien a sus distintos públicos y funcionar como um mediador eficaz e imprescindible entre ambos”.[1]A duração da exposição é de três semanas, abrindo as suas portas das 10h às 24h.As funções da Relações Públicas durante o período da exposição continuam a ter em linha de conta o acompanhamento dos visitantes, dando informações adicionais sobre os artistas sempre que solicitadas, fazendo também uma ponte com a área comercial.No fim da exposição, passa-se ao trabalho de desmontagem e entrega das obras, que não foram vendidas.Por fim, é feito um mailing à comunicação social para informar sobre o trabalho desenvolvido acompanhado de imagens evento (CD) e catálogos da exposição, assim como também é redigida uma carta de agradecimento a todos os apoios/patrocinadores.

[1] Vd. ORLEANS, Beatriz de – El arte de hacer relaciones públicas (bien). 2005. ISBN: 84-03-09394-2. p. 18,19.

Recensão Crítica - Relações Públicas

A recensão crítica recai sobre o capítulo (X) do Livro “MARKETING & PUBLIC RELATIONS HANDBOOK FOR MUSEUMS, GALERIES & HERITAGE ATTRACTIONS, editado em Londres pela The Stationery Office, em 1999 (pág 147 a 153).

Este capítulo aborda fundamentalmente os Principios da Relações Públicas.

Nos anos 60 e 70 esta função centrava-se quase exclusivamente nas relações com os “media”. O interesse dos “media” baseava-se em obter boas fotografias; notícias; entrevistas exclusivas e até escândalos.

A Instituição – Museu – apercebe-se que poderá começar a dar a conhecer o seu espaço, a sua organização, aos media, por forma a ganhar vantagem competitiva, num universo à partida hostil.

Nos anos 80, o financiamento público foi muito criticado quer pelo governo quer por um certo número de organizações (museus e galerias de arte). Foi dado novamente ênfase a esta função, pois foi entendido que teria um papel acrescido – o de manter os financiadores informados e satisfeitos.

Este papel tem dupla função – interna e externa, devendo manter a harmonia e o relacionamento compreensivo entre as duas partes, reforçando uma atitude positiva da Empresa, para com os mais variados públicos.

Enumero sete dos princípios básicos do RP para uma empresa de fundos públicos, independente ou de carácter comercial. São eles: 1. Fazer parte da organização global verdadeira e honesta; 2. Ser verdadeiro e honesto; 3. Ser consistente; 4. Ser criativo; 5. Ter bom planeamento de tempo; 6. Reflectir em boas práticas, e 7. Ser profissional.

O primeiro princípio acenta na máxima que todos, sem excepção, dentro de uma organização (empresa) comunicam e são parte integrante de uma equipa. Sendo um papel fundamental do RP cultivar estes principios, informando internamente e de forma eficaz e positiva, para poder desenvolver depois as comunicações externas.

O segundo principio é fundamental.

Quanto ao terceiro, a consistência caminha a par da verdade, referindo que é através de actividades sustentadas e durante um longo período de tempo que obteremos dividendos e sucesso sustentado. Essas actividades podem ser por exemplo envio de informação (enviar o essencial) para a imprensa. O envio de informação e a persistência com que essa informação é enviada, são imbatíveis para o sucesso de uma organização.

No que diz respeito à Criatividade, o RP deve fornecer uma ideia criativa e clara.

Relativamente à gestão do tempo dever-se-á ter em linha de conta o momento da abertura de uma nova Exposição, para captar a disposição do público no tempo certo, como se fosse um pêndulo que gira na nossa direcção. É preciso timing para nos apercebermos de que enfoque é que podemos seguir. Ver televisão, ver revistas, ler jornais, ouvir a rádio, por forma a apercebermo-nos da disposição do público actual.

O sexto principio remete-nos para a a reflexão, para não repetir erros cometidos anteriormente. Deverá observar boas práticas, não as copiando, mas retirar o que daí possa adevir como base para um projecto futuro.

Por fim, quanto ao profissionalismo, torna-se fundamental o código de conduta que se baseia nos seguintes itens: a) as actividades profissionais em prole do interesse público; b) respeitar a verdade; c) declarar os conflitos de interesse; d) respeitar e identificar o código de conduta de outros profissionais; e) sigilo profissional; f) não influenciar de forma imprópria a comunicação social; g) não descriminar em termos de idade, deficiência, sexo, raça ou religião.

Na minha opinião, o RP tem um papel fundamental em qualquer Projecto e/ou Evento. Deverá ser um excelente comunicador, deverá ser afável, simpático, possuir uma vasta rede de contactos, ter uma relação estreita com os meios de Comunicação Social. A relação próxima com os públicos internos (que se encontram dentro da organização) e externos deverá ser conquistada com profissionalismo, efeciência, respostas rápidas às questões colocadas por exemplo de um press release enviado.

A comunicação/divulgação nos dias de hoje é fundamental e imprescindível, para qualquer Projecto ser reconhecido e obter notoriedade.

Bibliografia de Apoio

BONET, Luis; CASTANER, Xavier; FONT, Joseph – Gestión de proyectos culturale – Ariel . Barcelona. 2006.

COLBERT, François – Marketing Culture and the Arts. Hec Montreal. Québec. 2007.

Centro de Artes Visuais – Edit! Fotografia e Filme na Colecção Ellipse – CAV. Coimbra. 2007.

LAMBIN, Jean Jacques – Marketing Estratégico. McGraw Hill. Lisboa. 2000.

ORLEANS, Beatriz de – Relaciones públicas (bien). Santilla Ediciones Generales. Madrid. 2005.

RUNYARD, Sue; FRENCH, Ylva – Marketing & Public Relations Handbook for Museums, Galleries & heritage attractions. The Stationery Office. Londres. 1999.